sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Dança Oriental Como Yoga da Mulher




Aula Dúnia de Dança Oriental - Spa Holístico - Ponto de Luz
Desde o início dos tempos, do contato do ser humano com a natureza veio o conhecimento de que a vida é cíclica:
A terra nutre os seres, os sustenta e também destrói a mesma vida para que haja um novo nascimento...  as lunações controlam as marés, as águas do corpo, as emoções, a fertilidade das mulheres e assim como as estações do ano, as luas ditam a melhor colheita e o melhor plantio.
Para as fêmeas de todas as espécies o ritmo da vida é um fato biológico. É naturalmente ao corpo feminino que se deve a proliferação da espécie! Por este motivo, durante a maior parte da existência humana, o feminino permaneceu como analogia mais poderosa da divindade.
Nos períodos paleolítico e neolítico as civilizações eram matrifocais (com base numa deusa)  pois sendo a mulher biologicamente mais próxima do ritmo da natureza elas podiam mais sabiamente guiar suas tribos. Estatuetas evidenciam que os primeiros xamãs e sacerdotisas foram mulheres 
onde estas mantinham uma intimidade nata com as ervas, com o corpo e com a sexualidade.

Durante alguns períodos em diferentes regiões a vagina da mulher adquiriu um poder sobrenatural, e talvez dessa época se conserve este ditado catalão: “LA MAR ES POSA BONA SE VIU EL CONE DUNA DONA”(O mar se acalma ao ver a vagina de uma mulher).
As mulheres de pescadores da Catalúnia ainda saem erguendo suas saias ao mar antes de seus maridos partirem para o largo... Assim tb fazem as mulheres na Grécia quando pedem a deusa da natureza que as plantações cresçam até seus genitais.
É muito evidente na história que o poder feminino sempre foi evidenciado a partir da experiência verdadeira da mulher com a natureza e consigo mesma!


Deusa paleotítico

Por muitos motivos entre fragmentos e lacunas da história, hoje vivemos num mundo sem contato verdadeiro com o tempo, com a alimentação, com a saúde, com o corpo e muito menos com os ciclos da vida. E desse distanciamento corporal vem a insegurança das mulheres nelas mesmas, na intuição, na percepção, na conexão com o instinto, e na força corporal.
Mesmo através de todo um esforço literal e quotidiano a mulher ainda estabelece um contato artificial consigo, buscando o feminino em modelos ditados e idealizados porque o corpo com suas experiências e passagem biológicas naturais muitas vezes é ignorado!

Aula Dunia

A Dança por sua vez pode nos acordar pouco a pouco para esse processo pois, seu instrumento é nada mais que o corpo.
A dança desde os primórdios “tem como origem um significado preciso enquanto rito e cerimônia, de modo que ela exprime o mistério da vida e da morte tal qual eles são manifestados.” Sua principal função ainda deve ser celebrar, honrar, marcar passagens da vida e da morte trazendo ao coletivo seus significados... Isso porque o corpo é uma analogia perfeita do macrocosmos:
“Conhece-te a ti mesmo” é a inscrição do Oráculo de Delfos!
Dançar nos leva diretamente ao desafio do contato corporal. E o corpo deve ser lido como um mapa, uma bíblia que imprimi e guada cada experiência, cada momento da vida, cada modo de ser, cada trajetória óbvia ou sutil.
É fato que a dança oriental é apresentada como um entretenimento exagerado e comercial, as vezes desinteressante para mulheres que não se identificam com esse perfil que buscam algo mais introspectivo e pessoal como o Yoga. 
Mas o que a maioria das mulheres precisam saber é que a dança oriental é única em sua natureza. Dotada de movimentos circulares, espirais e ondulatórios, suas técnicas reproduzem com excelência os movimentos da vida: células, átomos, galáxias, e DNA...
Aula Dunia - RJ

Assim posso arriscar dizer que sua natureza essencial é uma terapêutica perfeita para o corpo da mulher e que como prática consciente e meditativa (assim como as práticas do Yoga ou do Tai Chi) traz justamente a experiência verdadeira da mulher com o seu corpo e seu sistema feminino. Sua prática pode possibilitar uma revitalização eficiente que vai do sistema muscular, articular, respiratório ao livre fluxo energético do corpo!
Dentro de uma linha dirigida, suas técnicas podem ser aplicadas como as técnicas de artes marciais que exigem repetição, disciplina, postura, graça e leveza.
Aqui a arte é feminina, dotada de beleza que inclui as experiências do próprio corpo, das passagens da vida de uma mulher e nos conecta assim, como o fazem todas as outras artes orientais e marciais, ao ancestrais.
De modo muito natural o feminino vai circulando no corpo e na vida sem necessárias exposições ou padronizações biotípicas, sem superficialidades e sem pressa... Assim adotamos uma arte especial feminina que pode nos oferecer suporte por todas as etapas da vida na manutenção tb dos processos biológicos como: menstruar, amar, parir, nas recuperações de partos e na reabilitação do fluxo da libido e dos hormônios.
A dança oriental é uma herança feminina preciosa que deveria ter seu lugar de excelência entre as terapias e ser explorada por profissionais competentes nessa área, sem egocentrismos, caricaturas ou expectativas fúteis, para que possa ser usufruída realmente como ferramenta útil para todas as mulheres!
Conheça: " Dança Arquetípica e Oriental Feminina" - aulas quinzenais: Sáb. e Seg

Dunia La Luna